quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009


KDX II CLASSE CHUNGMUGONG YI SUNSHIN. Uma possibilidade coreana para a marinha do Brasil.


DESCRIÇÃO
Desde o inicio do século 21, mais especificamente em 2001, o então presidente da Coréia do Sul iniciou uma política objetivando transformar a marinha daquele país em uma marinha de águas azuis e com isso os projetos de navios de maior porte como fragatas e destróieres foram encomendados a industria local que tratou de consultar os aliados e parceiros ocidentais para que pudessem apoiar esses programas. Com isso surgiu o navio KDX I classe Gwanggaeto cujo desenho é bastante influenciado pelo estilo italiano. Porém a evolução tecnológica aplicada a engenharia naval, principalmente nos anos 90 colocaram esta classe como um navio obsoleto, sendo necessário o desenvolvimento de embarcações mais modernas para sobreviver aos novos desafios na guerra naval. O programa KDX II surgiu dessa necessidade e o desenvolvimento deste navio aproveitou o conhecimento adquirido no programa anterior, KDX I, para dar base a construção naval de maior porte para marinha sul coreana.
Acima: O 4º navio da classe KDX II, o Wang Geon, ainda no dique seco, antes de ir ao mar. Ao todo foram entregues 6 unidades deste navio que incrementou consideravelmente o poder de fogo da marinha da Coreia do Sul.
O projeto do KDX II, agora batizado de classe Chungmugong Yi Sunshin, teve grande apoio norte americano, certamente um dos maiores aliados do governo de Seul, porém o desenho do casco do navio foi desenvolvido pela empresa alemã IABG. Desta vez o projeto do KDX II, levado a cabo pela DSME Hyundai Heavy Industries, visou a diminuição da reflexão do radar, uma característica comum a navios modernos, e a incorporação de um pesado armamento, que o colocou na mesma categoria dos destróieres norte americanos no quesito “poder de fogo”. Este pesado armamento é composto por um lançador vertical MK-41 para 32 mísseis Raytheon SM-2 Block IIIA Standard guiados por radar semi-ativo e cujo alcance maximo chega a 74 km. Este míssil é usado para defesa anti aérea de área. Para defesa anti aérea de ponto existe um lançador de mísseis RIM-116 RAM com 21 mísseis para pronto uso. Este pequeno míssil guiado por emissões de radio frequencia e infravermelho (IR) tem um alcance de 7,5 km e é usado contra alvos que tenham conseguido vazar pela defesa dos mísseis SM-2, especialmente mísseis antinavio inimigos. Para guerra de superfície há dois lançadores quádruplos para mísseis Boeing RGM-84 Harpoon, um clássico míssil norte americano antinavio. O Harpoon é um velho conhecido dos leitores deste Blog por ser um armamento sempre presente nas embarcações de combate da marinha dos Estados Unidos que já foram descritas aqui. Com um alcance de 83 km, na versão lançada de navios, este potente míssil guiado a radar ativo é capaz de destruir a maioria dos navios de guerra da classe de destróieres e causar danos gravíssimos nos navios maiores como cruzadores e porta aviões. Para combate anti-submarino há dois lançadores triplos para torpedos leves de 324 mm.
O armamento de tubo é composto por um canhão MK-45 Mod 4 de 127 mm capaz de fornecer uma cadência de tiro de até 20 tiros por minuto contra alvos situados até 24 km de distancia. Para defesa de ponto há um canhão tipo CIWS Goalkeeper de 30 mm que na verdade corresponde em um canhão GAU-8 (usado no poderoso caça tanques A-10 Thunderbolt II), adaptado para uso antiaéreo naval. Seu alcance é de cerca de 2000 metros e sua cadência de tiros é de 4200 tiros por minuto.
Acima: O potente canhão de defesa aérea de ponto Goalkeeper, com 7 canos rotativos em calibre 30 mm representa um sério risco para aeronaves que se aproximem do KDX II. Sua elevada cadência de tiro que chega a 4200 tiros por minuto é capaz de desintegrar o alvo.
O Radar principal dos navios KDX-2 é o norte americano AN/SPS-49 (V) 5 de busca antiaérea capaz de detectar alvos grandes a 460 km e alvos do tamanho de caças a uma distancia de 340 km. Certamente que esse radar, embora com bom alcance, ainda é um sistema bidimensional de desempenho inferior aos radares de varredura eletrônica como o sistema AEGIS usado nos navios norte americanos modernos e mesmo no novo destróier sul coreano KDX-III o qual trataremos em matéria futura. O radar de controle de tiro dos mísseis SM-2 é o STIR-240HP com alcance maximo de 100 km contra alvos com apenas 0,5 m2 de sessão cruzada de radar (um caça normal tem cerca de 3m2). O radar de busca de superfície e aérea é um MW.08 fornecido pela Thales Naval Nederland. O sonar instalado na KDX II é o DSQ-23.
Acima: Um destróier KDX II escolta um porta-aviões norte americano em um dos muitos exercícios entre as duas marinhas aliadas.
Como é possível prever a propulsão desta excelente fragata é do tipo CODOG (combinação diesel e gás) composta por duas turbinas a gás General Eléctric LM-2500 que produzem 64960 hp de potencia além de 2 motores a diesel que somam mais 10280 hp. Essa combinação proporciona um desempenho de 29 nós (54 km/h), e seu peso de 5000 toneladas, quando totalmente carregada, pode ser considerado leve, se comparado a outros navios de seu gênero. Sua autonomia está em 8045 km o que corresponde a média desta categoria de embarcação.
Acima: Com um desenho moderno, ainda sim, o KDX II carece de sistemas de radares mais avançados, como um radar de varredura eletrônica ativa.
Caso a marinha do Brasil aceitar a proposta de aquisição e montagem do KDX-II feita pelo governo sul coreano para o programa de substituição dos navios de escolta em uso atualmente, estaria incorporando um navio que seria mais poderoso e capaz do que os que hoje estão em serviço nas marinhas do continente sul americano. O KDX-II tem uma capacidade de combate antiaéreo que nenhum navio de guerra brasileiro possui. Com este navio teríamos uma escolta muito capaz para o porta-aviões São Paulo.
Acima: Este é um mockup do missil antiaéreo SM-2 Standard usado pelo KDX II. Este missil é extremamente eficiente em sua missão e já foi amplamente testado em conflitos reais em suas diversas versões. Uma versão deste missil é usada, atualmente, no sistema de defesa antimissil desenvolvido nos Estados Unidos.

FICHA TÉCNICA
Tipo: Destróier.
Tripulação: 200 tripulantes.
Data do comissionamento: Dezembro 2003.Deslocamento: 5000 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 150 mts.
Boca: 17 mts.
Propulsão: 2 turbina a gás GE LM 2500 com rendimento de 32480 hp cada 2 motores a diesel com 5140 hp cada.
Velocidade máxima: 29 nós (54 km/h).
Alcance: 8045 Km.
Sensores: radar de busca aérea: Raytheon AN/SPS-49 (V)5 com 460 km de alcance, Radar de controle de tiro STIR-240HP, radar de busca de superfície Thales Nederland MW-8, Sonar: DSQ 23.
Armamento: 1 lançador vertical MK-41 com 32 mísseis Raytheon SM-2 Block IIIA Standard; 1 lançador de mísseis antiaéreos RAM com 21 misseis; 2 lançadores quádruplos para mísseis Boeing RGM-84 Harpoon Block II, 1 canhão BAE MK-45 Mod 2 de 127 mm/54; 1 canhão CIWS Goalkeeper de 30 mm; 2 lançadores triplos para torpedos de 324 mm
Aeronaves: 1 helicóptero westland/ agusta Super Linx MK-99A.
Operadores: Coréia do Sul.

Abaixo: Aqui temos dois desenhos do KDX II para uma melhor identidicação de sua configuração.

MIL MI-35 HIND. Um tanque voador em céus brasileiros


DESCRIÇÃO
Em recente visita do presidente da Federação da Rússia Dmitri Medvedev ao Brasil, foi revelado que o governo brasileiro tinha assinado um contrato de aquisição de 12 unidades do helicóptero de assalto Mil Mi-35M Hind, uma versão avançada de exportação do famoso helicóptero de combate Mil Mi-24 Hind. Era a conformação de uma suspeita que já circulava entre os interessados em defesa a algum tempo. Desde esse anuncio, tenho recebido inúmeros pedidos de leitores de que escrevesse um artigo sobre esse verdadeiro tanque de guerra voador. Sendo assim, atendendo a pedidos, vou descrever o protagonista dessa interessante novidade para nossa força aérea, o Mil Mi-35M.
Acima: O Mil Mi-35M2 usado pela Venezuela é similar ao modelo adquirido pelo Brasil, porém, a FAB solicitou que alguns dos avionicos fossem substituídos por similares de origem israelense.
O helicóptero Mi-35M é fabricado pela famosa fabricante russa de helicópteros Mil e deriva de um de seus produtos mais famosos o Mi-24 Hind. Na verdade o Mi-35M é a versão de exportação do modelo Mi-24V Hind E, um dos mais modernos Mi-24. O grande diferencial que faz do Mi-35 e toda a família Hind ser única é a capacidade de transportar 8 soldados totalmente equipados, além do forte armamento de ataque, que caracteriza helicópteros de ataque. Por isso o Mi-35 não pode ser considerado um helicóptero de ataque especializado uma vez que sua missão é mais ampla, cabendo assim, a classificação de helicóptero de assalto. O seu tamanho descomunal e seu desenho agressivo o fazem um dos helicópteros mais impressionantes já construídos, sendo chamado com frequência de “tanque voador”.
Acima: Deste ângulo pode-se ver o novo rotor de cauda em formato de "X" similar ao usado no helicóptero de ataque Mi-28 Havoc.
PROPULSÃO
O Mi-35M é propulsado por duas turbinas Klimov TV3-117VMA que desenvolvem 2200 Hp de potencia cada, que permitem ao Hind atingir a velocidade máxima de 324 km/h, desempenho este, simplesmente formidável se considerarmos que o Hind é um helicóptero consideravelmente mais pesado que outros helicópteros de ataque. Na verdade o Hind já teve o Record mundial de velocidade máxima para helicópteros durante algum tempo até ser superado pelo Westland Linx.
Existe um sistema dissipador de calor usado na saída dos motores do Hind visando melhorar sua imunidade a mísseis guiados por calor, além de lançadores de flares e chaffs (iscas de calor e de radar) que visam confundir mísseis que usam estes sistemas de guiagem.
Acima: Um dos grande desafios dessa aquisição pela Força Aérea Brasileira será manter uma boa disponibilidade desses helicópteros visto que a Rússia tem má fama de prestação de serviços pós venda.
SENSORES
O Mi-35M pode ser equipada com uma torreta multi sensor para designação de alvos e navegação GOES-342 TV/FLIR, ao lado esquerdo da cabine do atirador, composto por um FLIR (Forward looking infrared) ou visor de imagens infravermelhas, um telêmetro a laser e um sistema de imagem por TV. O Mi-35M é compatível com o uso de óculos de visão noturna completando suas capaciodades de operação a noite. Outros sistemas similares, como o fornecido pela Thales, podem ser usados no lugar do sistema russos dando uma boa solução para clientes que não estão acostumados com produtos de defesa russo. A África do Sul através de sua competente empresa Denel, também tem pacotes de modernização para o Hind, com capacidades similares ao encontrado sistema original russo, porém qualificando o Hind para uso de armamento especifico sul africano como, por exemplo, o míssil Mokopa, antitanque.

Acima e abaixo: Aqui podemos ver as cabines da frente e de trás do Mi-35. Embora não seja tão avançada quanto os modelos ocidentais atuais, ainda sim é uma evolução importante da engenharia russa frente aos modelos anteriores.

ARMAMENTO
O Mi-35M está, normalmente armado com um canhão de dois canos GSh-23L em calibre 23 mm com uma cadência de tiro máxima de 3600 tiros por minuto. O tambor de munição comporta 450 tiros. É interessante notar que este canhão é fixo, uma característica ímpar nesse tipo de aeronave, onde é comum ver canhões totalmente moveis. Em opção ao canhão de 23 mm pode ser instalado uma torreta com uma metralhadora Yakushev Borzov YAK-B 12,7 mm com 4 canos rotativo capaz de impor uma cadência de 5000 tiros por minuto. Com essa opção, o tambor de munição transporta 1470 cartuchos. Caso o cliente queira, pode-se ainda, instalar um canhão duplo Gryazev-Shipunov GSh-30-2 de 30 mm com 750 tiros disponiveis e uma cadência de 3000 tiros por minuto. As grandes semi-asas montadas na fuselagem do Hind, marca registrada desse helicóptero de grandes dimensões, podem transportar até 2400 kg de armamento variado. Normalmente são instalados casulos de foguetes de diversos calibres, sendo os mais comuns os do tipo UB-32 com 32 foguetes não guiados de 55 mm S-5, ou o lançador de 20 foguetes de 80 mm S-8.
Para combate antitanque, o Mi-35 pode ser armado com até 16 mísseis antitanque que pode ser o AT-6 Spiral (9K114 Shturm) com alcance de 6 km e guiado por radio, ou o míssil AT-9 Spiral 2 (9M120 Ataka V) com 6 km de alcance e guiado por radio. A vantagem do AT-9 é ser mais preciso e destrutivo contra blindados.
Acima: O armamento transportado pelos helicópteros da família Hind é extremamente pesado. Nesta foto podemos ver um arranjo com 8 mísseis AT-6 Spiral mais um casulo com 20 de foguetes de 80 mm S-8.
O Mi-35M representa uma das mais recentes versões de um clássico helicóptero de combate que já entrou para a história da guerra aérea. Para a Força Aérea Brasileira é um marco, a sua aquisição, pois será a primeira vez que uma força armada brasileira irá operar um helicóptero de ataque e também, será a primeira vez que um sistema de armas complexo, de origem russa, como um helicóptero, será operado pela FAB. A concorrência em que o Mi-35M venceu para equipar a FAB, tinha competidores de classes diferentes, sendo que o Mi-35M era o único que preenchia os requisitos de flexibilidade, já que os outros concorrentes eram helicópteros especializados demais no combate a blindados, coisa que o Mi-35 não é, embora tenha uma forte capacidade de destruir tanques.
Acima: Aqui temos um desenho de como seria um Mi-35 pintado nas atuais cores da FAB.
FICHA TÉCNICA
Propulsão: 2 motores Klimov TV-3-117VMA com 2200 hp
Velocidade máxima: 324 Km/h.
Velocidade de cruzeiro: 280 Km/h.
Alcance: 450 km.
Razão de subida vertical: 749,8 m/min
Fator de carga: +1,75 g
Altitude maxima: 4500 m.
Armamento: Um canhão de dois canos GSh-23L em calibre 23 mm ou uma metralhadora Yakushev Borzov YAK-B 12,7 mm com 4 canos rotativo, 16 mísseis AT-6 Spiral ou AT-9 Spiral 2 (Ataka) antitanque, 2 casulos com 20 foguetes de 80 mm ou casulos UB-32 de 32 foguetes de 50 mm, casulos lançadores de granadas.

KRAUSS-MAFFEI WEGMANN DINGO 2. O super Jeep alemão

DESCRIÇÃO
Os famosos veículos tipo jipes usados a partir da 2º guerra até mesmo nos dias de hoje, estão passando por mudanças radicais para poder permitir que seus ocupantes possam sobreviver nos campos de batalha atuais onde a letalidade dos armamentos empregados tem se mostrado mortais contra veículos leves. Mesmo os Humvee, usado pelas forças armadas dos Estados Unidos e seus aliados têm se mostrado excessivamente vulnerável nesses ambientes. Por isso o leve jipe acabou sendo substituído no campo de batalha por veículos maiores, mais pesados e blindados para poder permitir uma sobrevivência maior no campo de batalha.

Acima: O Dingo 2 é um veículo alto o que permite uma maior facilidade em transpor rios e terrenos acidentados.
Neste artigo vou apresentar um desses novos veículos blindados leves 4X4; O Dingo 2, desenvolvido pela empresa alemã Krauss-Maffei Wegmann, uma das mais competentes fabricantes de blindados que existe, tendo em seu currículo o desenvolvimento do carro de combate pesado Leopard II, um dos melhores MBTs do mundo e já descrito no Blog Campo De Batalha Terrestre.
Acima: Nesta foto podemos ver a facilidade de transporte do Dingo 2. Aqui o veículo está sendo estacionado dentro de um Lockheed C-130 Hercules belga.
O Dingo 2 é a nova variante do blindado Dingo, um veículo desenvolvido sob o chassi do Mercedez-bez UNIMOG 1550L, com o objetivo de reduzir custos de produção e facilitar a manutenção. Já o modelo Dingo 2, foco deste artigo usa um chassi maior, o do UNIMOG U-5000. A carroceria de ambas as versões tem formato de “V” para permitir uma proteção extra contra detonações de minas terrestres, um dos maiores problemas observados pelos alemães e aliados na guerra do Afeganistão e no Iraque. Alias, como dito antes, a característica mais importante que distingue esses veículos dos jipes tradicionais é justamente a capacidade de proteção da tripulação. Além da medida antiminas, há ainda uma blindagem no Dingo 2 capaz de parar projéteis de até 14,5 mm, o que o torna imune a qualquer munição usada em fuzis de assalto. O Dingo 2 foi projetado como um veículo modular dividido em chassis, célula de sobrevivência, compartimento de motor e assoalho antimina. Essa modularidade agiliza, em muito, sua manutenção em caso de impactos e explosões.
Acima: Neste desenho podemos ver a modularidade do projeto do Dingo 2. Este blindado possibilita, até, a substituição da célula de sobrevivência por uma maior com capacidade de mais tripulantes.
O Dingo 2 está propulsado por um motor Mercedez - Benz OM 924 de 4 cilindros e que proporciona uma potência máxima de 218 hp. Esse motor leva o Dingo 2, um veículo com 11900 kg quando totalmente carregado, a uma velocidade máxima de 112 km/h em estradas. Sua autonomia chega nos 1000 km, graças ao seu tanque de combustível com capacidade de 220 litros de diesel. Esse desempenho é considerado muito bom para essa categoria de blindado.
Acima: A cabine do motorista do Dingo 2 é relativamente espaçosa, porém com bancos separados, o que é comum nesse tipo de veículo.
Abaixo: As armas que podem ser instaladas no Dingo 2 são controladas de dentro do blindado, para promover a segurança do soldado. Alias, a segurança da tripulação é o objetivo principal deste projeto.

O Dingo 2 pode ser armado com uma metralhadora calibre 7,62 mm controlada remotamente, de dentro de veículo ou ainda uma metralhadora pesada em calibre 12,7 mm (.50). Além de metralhadoras, o Dingo pode ser armado com um lança granadas automático Heckler & Koch GMG de 40 mm capaz de atingir alvos até a 1500 metros e com uma cadência de tiro de 340 tiros por minuto. Embora não haja informações sobre outros armamentos que podem ser instalados no Dingo, certamente que não haveria nenhuma dificuldade de se armar este blindado com um lança mísseis antitanque como o míssil TOW, por exemplo.
Atualmente o Dingo 2 é usado pela Alemanha, Áustria, Bélgica, Republica Tcheca e Luxemburgo. Porém existe um mercado potencial para esse tipo de blindado no mundo e outros fabricantes já possuem pronto ou em estágio de desenvolvimento veículos similares ao Dingo 2 prontos para explorar este mercado.
Acima: Aqui vemos um lançador de granadas automatico HK GMG de 40 mm. Este tipo de armamento garante um poder de fogo consideravel contra tropas inimigas no campo debatalha.
FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 112 Km/h.
Alcance Maximo: 1000 Km.
Motor: Um motor Mercedez - Benz OM 924 de 4 cilindros com 218 Hp de potência.
Peso: 11,9 Toneladas.
Obstáculo vertical: 0,50 m.
Passagem de vau: 1,2 m
Tripulação: 2+6
Inclinação frontal: 70º
Inclinação transvesal: 30º
Armamento: 1 metralhadora cal 7,62X51 mm e uma metralhadora M-2HB cal .50 (12,7 mm), Um lançador de granadas HK GMG de 40 mm.

Custo Unitário: USD $ 1 milhão por unidade.
Acima: A suspensão do Dingo 2, somado a sua boa altura do solo, lhe permite passar com boa margem em terrenos bastante acidentados.

Acima: Este desenho em 4 dimensões ajuda a observar o desenho adotado nesse projeto para facil reconhecimento do modelo.

Boeing B-17 Flying Fortress

ORIGENS

Embora muitas vezes apresentado como a mais famosa aeronave americana da Segunda Guerra Mundial, existe gente que coloca o Boeing B-17 Flying Fortress em igualdade com outras máquinas maravilhosas que apareceram no momento certo. O North American P-51 Mustang é às vezes posto lado a lado em grandeza com o B-17; mas o Mustang foi um produto da guerra, concebido para viver e lutar nos conturbados céus europeus. A origem da "Fortaleza Voadora" foi bastante diferente, mais longa e dificultosa.

Nos primeiros anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial, o General da USAAF William Mitchell começou sua campanha a favor do bombardeio estratégico, demonstrando o poder do bombardeiro contra velhas embarcações ancoradas durante 1921-1923. Sua enorme crença no poder aéreo o levou a uma amarga campanha, que ia contra os interesses da Marinha e do Exército e, em 1925, o levou à Corte Marcial. Ele se demitiu logo após, para continuar sua campanha em favor da criação de uma força aérea para os EUA. A Segunda Guerra lhe daria razão e em 1946, 10 anos após sua morte, ele foi agraciado postumamente com a Medalha de Honra do Congresso.

Além de Mitchell havia muitos outros que acreditavam em suas idéias, mas eram mais reservados. Havia também as fábricas de aviões. Em 1930, a Boeing começou a desenvolver uma versão militar de seu transportador civil Model 200 Monomail, mas a primeira encomenda de bombardeiros monoplanos foi de 48 bimotores B-10 para a Martin. As entregas do B-10 começaram em junho de 1934, mas com um novo ponto de vista, o Exército havia feito especificações para bombardeiros mais avançados e com mais motores, que pudessem carregar 900 kg de bombas por uma distância entre 1.640 km a 3.540 km a uma velocidade de 320-400 km/h. Com base nessas informações, a Boeing optou por quatro motores para equipar seu Model 299, cujo desenvolvimento começou em junho de 1934.

DESENVOLVIMENTO

Para a Boeing, o Model 299 não era somente mais um projeto. Era uma esperança de vida. Suas falhas anteriores em conseguir pedidos para seus modelos e a depressão econômica que apunhalava os EUA deixaram a empresa à beira da falência. Se o Model 299 não entrasse em produção a Boeing estaria em maus lençóis. Então, todo esforço foi dedicado ao sucesso do projeto e cada empregado sabia de sua importância para manter-se no emprego. O Exército havia estipulado que o protótipo estivesse disponível para testes em agosto de 1934, e por mais impossível que esse prazo parecesse em meados de 1934, em 16 de julho de 1935 o Model 299 saiu do hangar da Boeing, em Seattle, para se apresentar à imprensa.

As manchetes dos jornais anunciavam "15-ton Flying Fortress" (Fortaleza Voadora de Quinze Toneladas), nome que a Boeing registrou como nome oficial do Model 299. Em 28 de julho de 1935, o Model 299 voou pela primeira vez e três semanas depois voou sem paradas de Seattle até Wright Field, Ohio, para ser entregue às avaliações oficiais. Um vôo de 3.380 km a uma velocidade de 406 km/h. Os testes progrediram bem até 30 de outubro de 1935, quando a aeronave caiu após a decolagem. Investigações posteriores comprovaram que a tentativa de decolagem tinha sido feita com os motores travados, e apesar do desastre, a USAAF fez um pedido para 13 YB-17s (seu primeiro nome de serviço) e outro para testes estáticos.

O protótipo que caíra em Wright Field era propelido por quatro motores radiais Pratt & Whitney R-1690-E Hornet de 750 hp. Tinha estrutura de asa baixa e grandes flaps para reduzir a velocidade de decolagem e pouso. O trem de pouso era eletricamente retrátil. Seu armamento compreendia cinco metralhadoras e podia carregar 2.177 kg de bombas no ventre. O primeiro Y1B-17 voou em 2 de dezembro de 1936 e era diferente do protótipo por ter motores Wright GR-1820-39 Cyclone de 930 hp, acomodação para nove tripulantes e algumas mudanças no visual. Doze foram entregues entre janeiro e agosto de 1937, equipando o 2º Grupo de Bombardeio em Langley Field, Virginia. As aeronaves foram à Wright Field para mais testes e após uma delas ter resistido sem danos a uma violenta tempestade foi decidido que o exemplar de teste estático se tornaria operacional. Designada Y1B-17A, essa aeronave tinha motores GR-1820-51 de 1.000 hp com um turbocharger Moss/General Eletric. Voou pela primeira vez em 29 de abril de 1938 e os testes mostraram que o motor com turbocharger era superior aos normais, equipando todas as posteriores versões do Fortress.

As discrepâncias existentes o Exército e a Marinha se acentuaram após testes de patrulha costeira com o B-17 em que a aeronave voava 1.207 km Atlântico adentro, provando que o Exército era perfeitamente capaz de defender a costa e enfurecendo a Marinha. As encomendas para o B-17 foram reduzidas após o Major-General Stanley D. Embrick dizer: "a superioridade militar do B-17 comparada a duas ou três aeronaves menores que podem ser adquiridas pelo mesmo custo ainda não foi comprovada". Isso explica porque quando Hitler invadiu a Polônia em 1 de setembro de 1939, a USAAF tinha menos de 30 B-17s em suas fileiras. O pedido dos Y1B-17s foi seguido por um pedido para 39 B-17Bs, mais ou menos idênticos ao protótipo Y1B-17A com motores com turbocharger. O primeiro desses voou em 27 de junho de 1939 e todos haviam sido entregues em março de 1940. Em 1939 o B-17C foi encomendado em 38 unidades, o primeiro voando em 21 de julho de 1940. Eles diferiam por terem motores R-1820-65 de 1.200 hp e sete metralhadoras ao invés das cinco anteriores.

EM OPERAÇÃO

O B-17C foi a primeira versão enviada à RAF, que recebeu 20 exemplares no início de 1941 e designou-os Fortress I. Equipando o 90º Esquadrão, foram usados operacionalmente pela primeira vez em 8 de julho de 1941, quando, a 9.145 m, lançaram um ataque à Wilhelmshaven. Nos 26 ataques feitos contra a Alemanha nos dois meses seguintes, o Fortress I se provou insatisfatório, embora houvesse críticas americanas ao jeito como foram empregados. No entanto, seu uso diurno sobre a Alemanha havia provado que somente operar em grande altitude era insuficiente para defesa, necessitando de mais poderoso armamento, pois o Messerschmitt Bf 109E e 109F encontravam pouca dificuldade em abatê-los a 9.750 m. Até que melhoramentos fossem feitos no Fortress, eles foram retirados de serviço na Europa.

Com o fim de 1941 se aproximando, os EUA logo se envolveriam na guerra, inicialmente no teatro do Pacífico, mas em vista da rápida expansão japonesa em 1942, os Aliados decidiram por uma conclusão mais rápida do conflito europeu. Assim, as grandes quantidades de B-17 que seriam enviadas ao Oriente foram desviadas para a 8ª Força Aérea americana na Inglaterra. Os deslocados para servir nas Forças Aéreas Anglo-Americanas do Noroeste Africano mais tarde se tornaram parte da 15ª Força Aérea. Em 1940 a Boeing recebeu um pedido para 42 B-17Ds. Esses pouco se diferenciavam dos B-17C, mas como resultado das experiências de combate na Europa, foram equipados com tanques auto-selantes e blindagem reforçada, sendo entregues em 1941.

O B-17E que se seguiu foi a primeira bem-sucedida com a RAF. Uma cauda bastante ampliada foi desenhada para aumentar estabilidade em grandes altitudes e para rebater as críticas sobre defesa inadequada; treze metralhadoras 12,7 mm foram montadas no nariz, cauda, compartimento de rádio, laterais, torre de dorso e torre de ventre. O primeiro dos 512 B-17Es construídos voou em 5 de setembro de 1941. Os B-17Es foram os primeiros a servir na 8ª Força Aérea, com as entregas começando em julho de 1942. Foram usados operacionalmente pela primeira vez pelo 97º Grupo de Bombardeio, com 12 aeronaves sendo usadas para um ataque diurno em Rouen em 17 de agosto, com escolta de Spitfires da RAF.

O B-17F fez seu primeiro vôo em 30 de maio de 1942, sendo a primeira versão construída em grandes números, com 2.300 sendo feitos pela Boeing em Seattle, 605 pela Douglas e 500 pela Lockheed Vega. Maiores mudanças incluíam nariz redesenhado e trem de pouso reforçado. Outras mudanças incluíam aumento na capacidade de combustível, maior blindagem, instalação de pontos de fixação externos para bombas e a introdução do motor R-1820-97 de 1.200 hp. Os B-17E e B-17F foram extensivamente usados pela 8ª Força Aérea na Europa, mas em duas grandes operações contra a Alemanha em 17 de agosto e 14 de outubro de 1943, um total de 120 Fortress foram perdidos.

As Fortalezas eram claramente incapazes de se defender sozinhas, não importando o tipo de formação em que voavam. A dura verdade era que sem a escolta de caças elas eram terrivelmente vulneráveis em operações diurnas. Muitas das perdas foram atribuídas a ataques frente a frente, e a última versão de produção foi planejada para resolver esse problema. O B-17G tinha uma torre no "queixo" em que se instalaram duas metralhadoras 12,7 mm. Para aumentar o teto de operação da aeronave houve um melhoramento no turbocharger dos motores, a aeronave podendo carregar quase 8.000 kg em bombas. O B-17G totalizou uma produção de 8.860 unidades, sendo 4.035 feitas pela Boeing, 2.395 pela Douglas e 2.250 pela Lockheed Vega.

Embora bastante usado na Europa e Oriente Médio, os B-17 foram operacionais em todos os teatros em que lutaram forças americanas. No Pacífico eles ofereceram um serviço inestimável de patrulha marítima, reconhecimento e bombardeio convencional; nesse último serviço foi somente superado por seu sucessor, o Boeing B-29 Superfortress. Um grande número de variantes foi produzido ou convertido para trabalhos especiais. No total quase 13.000 Flying Fortress foram construídos, mas apenas algumas centenas de B-17Gs foram usados em serviço pela USAAF após a guerra, e logo aposentados.

DADOS TÉCNICOS

Tripulação: 10
Comprimento: 22,66 m
Envergadura: 31,62 m
Altura: 5,82 m
Área alar: 131,92 m²
Peso vazio: 16.391 kg
Peso cheio: 24.495 kg
Peso máximo de decolagem: 29.710 kg
Motor: 4× Wright R-1820-97 Cyclone de 1.200 hp (895 kW) cada
Velocidade máxima: 462 km/h
Alcance: 3.219 km com 2.722 kg de bombas
Teto operacional: 10.850 m
Armamento: 13× metralhadoras M2 Browning de 12,7 mm, até 7.900 kg bombas (embora na prática não fossem usados mais do que 2.300 kg)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Policiais iraquianos matam soldados dos EUA


Ao menos quatro soldados americanos e seu tradutor morreram nesta terça-feira atingidos por disparos de dois policiais iraquianos na cidade de Mossul, 400 quilômetros ao norte de Bagdá.

Fontes da polícia disseram que o incidente aconteceu em pleno centro de Mossul, capital da Província de Ninawa, pouco depois do meio-dia.

Por sua vez, a força militar multinacional posicionada no Iraque ainda não deu informações sobre o ocorrido. Segundo informações, os policiais que atiraram contra os militares fugiram logo após os disparos.

Segundo um balanço da France Presse a partir das informações da ONG independente Icasualties, o número de soldados americanos mortos no Iraque desde a invasão do país em março de 2003 chega a 4.250.

Fonte: Folha Online

Uma “cobra não criada”: EE-3 Jararaca 4×4

Nas fotos, um dos dois protótipos do EE-3 Jararaca 4×4 recebidos pelo Exército Brasileiro a partir da massa falida da Engesa, flagrado em agosto de 2008 em um evento da AFA (Academia da Força Aérea, em Pirassununga, mesma cidade do 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado, que possui os dois exemplares). O modelo, ao contrário de outras “cobras criadas” empregadas pelo EB, como o Urutu e o Cascavel, não foi adquirido pela Força, recebendo encomendas de exportação de alguns países do mundo, destacando-se na América Latina o Equador e o Uruguai (este último emprega o Jararaca no Haiti). No total, foram exportadas 63 unidades.

Com 4,16m de comprimento, 2,23m de largura e altura (até a metralhadora) de 1,97m, o EE-3 Jararaca pesa 5.800 kg e é equipado com um motor turbo diesel Mercedes Benz OM-314A de 110 cavalos. Com 140 litros de combustível, tem autonomia de 700 km, e como armamento pode receber uma metralhadora 7,62 ou 12,7mm, além de quatro lançadores de granadas fumígenas. A guarnição é composta por um motorista, um comandante e um atirador.

No artigo “EE-3 Jararaca 4×4: um conceito esquecido” o pesquisador de assuntos militares da Universidade Federal de Juiz de Fora, prof. Expedito Carlos Stephani Bastos, discute a história do projeto e a validade do conceito atualmente, especialmente para operação em áreas urbanas - clique aqui para acesar o artigo, em pdf. E você, o que acha do conceito do Jararaca, viatura blindada 4×4 com guarnição de três homens e uma metralhadora?

Fotos: Nunão

Relação Cuba - EUA: novos tempos em tempos de crise?

Senador republicano defende flexibilizar embargo a Cuba

WASHINGTON. O embargo americano a Cuba e as linhas gerais da política externa de Washington para a ilha falharam na promoção da democracia no país e não defendem os interesses dos Estados Unidos. A afirmação foi feita pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, o senador republicano Richard Lugar. Segundo ele, o governo precisa repensar a forma como trata o regime e buscar alternativas para que seus interesses externos sejam preservados.

- Precisamos reconhecer a falta de eficácia de nossa atual política e lidar com o regime cubano de uma forma mais apropriada para nossos interesses. Da forma como está (o relacionamento com Cuba), não teremos êxito - disse o senador, que entregou um relatório sobre as relações entre Estados Unidos e Cuba à comissão.

O relatório reforça a tese de senadores de que a chegada de Raúl Castro ao poder na ilha é uma grande oportunidade aberta para se melhorar as relações entre os dois países. O presidente Barack Obama prometeu rever o relacionamento da Casa Branca com o governo de Havana, e já sinalizou que pretende flexibilizar questões como visitas à ilha e envio de dinheiro para o país. Mas, assim como George W. Bush fazia, afirma que embargos econômicos são um recurso importante contra líderes totalitários.

O relatório do senador republicano sugere a flexibilização do embargo econômico, o que daria a empresas americanas a oportunidade de fazer negócios em Cuba. Segundo fontes no Senado, a crise econômica que assola o país estaria fazendo empresários americanos, especialmente da Flórida, pressionarem o governo pelo fim do embargo. A medida poderia representar um novo mercado consumidor e bilhões de dólares de lucro em um momento de grave retração econômica e de demissões.

Fonte: O Globo, via resenha CCOMSEx